sábado, 5 de junho de 2010

15 anos depois...

acordei 15 anos depois, e vi ao meu lado na cama de casal branca, ao lado do guarda roupa e da escrivaninha com uma foto minha que eu nunca tinha visto antes; um homem. Apesar de não telo conhecido senti la no fundo que eu o amava! Olhei o relógio na mesinha, eram 4:00 horas da manhã e eu não me lembrara de nada.
Comecei a pensar na última coisa que eu me lembrava... Eu tinha 15 anos e estava deitada na minha cama, chorando, sem saber porque. Nesse momento tive uma lembrança rápida de tudo que eu disse antes de acordar nessa casa estranha; nesse mundo estranho. Eu desejei que o tempo passasse rápido demais, desejei ser independente, ter a minha própria vida. Minha própria família.
Levantei da cama, fui andando pela casa branca, vendo as fotos na parede. Procurei nas gavetas, fazendo o mínimo de barulho possível para tentar não acordar aquele homem. Achei um albúm de fotos, e o meu velho diário. Abri o albúm de fotos, e fui passando as páginas, estranhando ainda mais cada momento. Eu estara casada, tinha me formado, tinha uma sobrinha e um sobrinho, hoje velhos demais para que eu pudesse brincar com eles. Havia sofrido um acidente de carro. Eu sabia dirigir. Tinham algumas fotos com algumas pessoas que nunca tinha visto, fotos de quadrilhas, e de muitas festas. Meu Deus, quanta coisa eu perdi. - pensei comigo.
Reconheci uma foto, era minha melhor amiga, a gente ainda se falava. Que bom! Aquele homem estranho deitado ao meu lado, era aquele que eu desejei ter comigo a 15 anos atrás. Ele não era um estranho! Era meu marido.
Abri o caderno, e comecei a ler, estranhando a caligrafia redonda e bonita. Foram tantos momentos em que eu parecia estar tão feliz escrevendo. Parece que em algum momento minha vida deu certo. E eu não me lembrava de absolutamente nada! No final do caderno, tinha uma página manchada com algumas coisas que me pareciam lágrimas. Comecei a ler, e ao mesmo instante chorar. Minha mãe havia morrido. Eu estava sem minha mãe, sem minha melhor amiga. Haviam 3 páginas depois daquela falando dela, e parece que eramos próximas. Até eu a abandonar, depois de conseguir um emprego e um namorado com 17 anos, e ela ir 8 anos depois, sem que eu pudesse me despedir. Fui morar sozinha, para fazer faculdade. Eu estava morando no Rio de Janeiro, longe do meu pai, do meu irmão e de toda a minha família. Nesse momento desejei com todas as minhas forças voltar no tempo, ou voltar ao menos nos últimos momentos que tive do lado dela. Mais era tarde demais. Já estava feito. Eu havia perdido a melhor época da minha vida, por coisas tão fúteis. Havia perdido toda a diversão, e todos os momentos únicos que nunca mais voltarão ao lado de quem eu amo, só por ser revoltada demais, e achar que tinha problemas. Desperdicei minha adolescencia por algo que eu teria, se tivesse paciência. Senti pena de todas as pessoas que desejam isso, que desejam a morte. Elas não sabem o que vão perder. Eu; havia perdido algo que nunca mais teria de volta!

0 Pessoas invadiram meus sonhos.:

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