terça-feira, 15 de junho de 2010

as vezes sonhos tem significados

Estava na beira de um precipício, as mãos dele tentavam me acalmar mais não havia ninguém lá. Vi todos os momentos que passamos juntos em questão de segundos, enquanto lutava contra o desejo impulsivo de pular, de me jogar na imensidão azul a minha frente. Os beijos no portão, todos os carinhos, as conversas, as palavras ditas e jogadas fora; todas as vezes que me calou com um beijo e todas as vezes que inventamos uma desculpa fútil para que ficássemos juntos. Todas as coisas que sabíamos, ou pensávamos saber. Todos os sonhos que eu tive, e todas as vezes que desejei loucamente ter você do meu lado. Eu vi tudo; tudo que eu lutara para esquecer. Todos os sentimentos embaralhados que me impulsionavam a me jogar. Fechei os olhos e tentei agir com a razão; mais eu não conseguia agir. Quando abri os olhos um longo minuto depois, pensei ter andado para trás; mais a minha frente só via o azul, a imensidão azul sem fim; sentia o vento no meu cabelo e fechei os olhos de novo, esperando acordar quando avistasse o chão; comecei a colocar todos os pensamentos bagunçados numa prateleira, a me lembrar de cada mínimo detalhe, até me lembrar do que ele falou. De tudo o que ele falou! Talvez ainda ficássemos juntos, ainda a tempo. Ele deveria saber. Ele sempre sabe, na maioria das vezes pelo menos. Abri os olhos, e ainda estava azul, será que não era um sonho? Não fazia sentido, eu já havia entendido. Era pra eu acordar; fechei os olhos de novo, repetidas vezes até ver algo que parecia o fim. Eu estava caindo, de verdade. Fechei os olhos e o vi; desejei de novo tê-lo ali, sentir sua mão na minha, sentir sua respiração tranqüila no meu ombro. Não fazia sentido, eu não teria me jogado; o que eu estava pensando? Abri os olhos ainda lutando para acordar, e me vi subindo. Eu estava mesmo sonhando, mais agora não queria mais acordar. Eu havia aprendido a voar!
Quando acordei peguei meu caderno velho e sujo na gaveta ao lado da cama, lá estava todos os sonhos que um dia deixei de acreditar serem reais. Percebi inutilmente que teria realizado a maioria deles, se não parasse de lutar. Mais era tarde demais, agora eram apenas sonhos, pequenos e insignificantes; mais ainda assim aprendi: Sonhos só se realizam quando são sonhados, e para sonhar temos que acreditar! eu acredito e vou realizar os meus sonhos, parando de sonhar apenas com você.


d.s.m

0 Pessoas invadiram meus sonhos.:

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