" O pior é não saber se há problema, ou qual seria. " - Insistia a voz irritante do fundo da minha mente. - O que há de errado? A cidade, as pessoas ou talvez só eu. - refletia com meus pensamentos embaralhados pela confusão. - Não sei, eu não quero saber. - mas ela insistia. " Você está com problemas, realmente precisa conhecer alguém e ter mais noites como aquela. Sem beijos apressados. Precisa sorrir, fazer coisas que gosta. Sair, beber e se divertir. " - Eu sabia pelos sinais que havia algo errado. Talvez pela insistente rotina de não conseguir dormir mais sem um comprimido ou pela dor que se manifestava em meu peito. Comer algo ou sorrir uma ou duas vezes eram apenas desculpas pra tentar convencer a mim mesma de que tudo estava bem, mais não estava. E não está. Não sabia qual era o problema, nem queria. Então só fechei os olhos e acariciei a almofada já molhada enquanto lágrimas escorriam incansavelmente. " Do que você gosta afinal? " - ela perguntava. - O que eu gostaria de fazer não está ao meu alcance. Nada do que eu quero está... talvez uma coisa. " Acho que você nem sabe o que quer. " - Verdade, e mais lágrimas rolaram.